Aliança Prebiteriana ou Aliança das Igrejas Reformadas



ALIANÇA PRESBITERIANA ou ALIANÇA DAS IGREJAS REFORMADAS. — I. Organização. II. Resultados adquiridos.

I. ORGANIZAÇÃO.

Esta associação, fundada em Londres em 1875, é para as Igrejas presbiterianas o que é a Aliança Evangélica (ver artigo precedente) para o conjunto das Igrejas protestantes; seu objetivo é levar a uma união mais estreita e uma cooperação mais ativa entre os diferentes ramos da Igreja reformada. A necessidade disso já se fazia sentir há muito tempo: já Calvino, em uma carta a Cranmer, em 1552, e Beza, na conferência de Saint-Germain, em 1561, haviam sugerido uma espécie de concílio geral para remediar as divisões que dilaceravam o protestantismo nascente. Este projeto deveria fracassar. Ele foi retomado mais tarde pelos presbiterianos da Escócia, mas sem mais sucesso; pois no século XVIII viram surgir novas divisões e grandes controvérsias no seio das próprias Igrejas reformadas. As coisas estavam assim quando a fundação da Aliança Evangélica veio a reviver essas ideias de união, mostrando como elas poderiam se realizar na prática. Sob a influência do Dr. W. G. Blaikie, na Escócia, de Me Cosh e de P. Schaff, na América, essas ideias ganharam terreno, e em 1873 aproveitou-se a conferência geral da Aliança Evangélica, realizada em Nova York, para nomear um comitê encarregado de lançar as bases de uma nova Aliança. Em julho de 1875, cerca de cem delegados, pertencentes aos principais ramos das Igrejas reformadas, reuniram-se no colégio presbiteriano de Londres, e votaram uma constituição em virtude da qual toda Igreja organizada segundo os princípios presbiterianos — admitindo como autoridade suprema, em matéria de fé e moral, os livros do Antigo e do Novo Testamento, e professando as doutrinas comumente admitidas pelas Igrejas reformadas — pode fazer parte da associação cujo título oficial será A Aliança das Igrejas Reformadas do mundo inteiro admitindo o sistema presbiteriano. Propôs-se também realizar a cada três anos um concílio ou sínodo geral, composto de ministros e anciãos em número igual, nomeados pelas diferentes Igrejas segundo a importância numérica das diversas congregações ou paróquias; mas ficou bem entendido que este sínodo não tocaria nas profissões de fé das Igrejas ou em sua organização interna. Sete concílios deste tipo já se reuniram: o primeiro em Edimburgo (Escócia) em julho de 1877, o segundo na Filadélfia (Estados Unidos) em setembro e outubro de 1880, o terceiro em Belfast (Irlanda) em junho e julho de 1884, o quarto em Londres (Inglaterra) em julho de 1888, o quinto em Toronto (Canadá) em setembro de 1892, o sexto em Glasgow (Escócia) em junho de 1896. O sétimo foi realizado em 1899 em Washington, a capital dos Estados Unidos. Os assuntos geralmente tratados nessas reuniões são os pontos fundamentais comuns às diferentes profissões de fé presbiterianas, as questões importantes de disciplina e educação, as missões estrangeiras; evita-se cuidadosamente todo debate sobre as doutrinas e práticas particulares de cada seita.

II. RESULTADOS.

Até agora, essas reuniões resultaram apenas em resultados bem medíocres, como o próprio Dr. R. E. Thompson, presbiteriano, admite em sua História das Igrejas Presbiterianas nos Estados Unidos, A History of the Presbyterian Churches in the United States, Nova York, 1895, p. 202; elas tiveram como efeito, segundo ele, apenas criar relações mais corteses entre as Igrejas reformadas dos diferentes países. O Dr. Schaff bem tentou, é verdade, fazer adotar um credo comum, destinado a substituir as confissões de fé dos diversos ramos presbiterianos; ele morreu sem ter conseguido: os liberais da Europa achavam seu projeto muito longo e muito preciso, os conservadores da Irlanda e da América, pelo contrário, o julgavam muito curto e muito vago, tão verdadeiro é que o princípio do livre exame é incompatível com a unidade de fé! Não se conseguiu sequer um acordo sobre detalhes insignificantes: nas reuniões da Aliança, cantaram-se não apenas salmos, mas também hinos ou cânticos religiosos, com acompanhamento de órgão: um dos ramos presbiterianos não cessou de protestar contra essa novidade, ameaçando retirar-se se não fosse abolida, de modo que a maioria acabou por ceder em prol da paz, reservando, porém, a questão de princípio. Apesar de esforços muito louváveis, a Aliança não conseguiu impedir novas cisões: os liberais ganharam terreno mesmo nos Estados Unidos, e pediram a revisão da famosa confissão de fé de Westminster, como os da Escócia já haviam feito antes: após uma luta longa e encarniçada, os conservadores acabaram por triunfar; mas os liberais não se consideram derrotados, e a revisão está apenas adiada. Os ruidosos processos movidos contra os professores Charles Briggs e Henri Smith por causa de suas opiniões avançadas sobre questões bíblicas, sua recusa em se submeter à condenação proferida contra eles, a simpatia que lhes foi demonstrada, e muitos outros fatos desse tipo mostram que as antigas divisões só farão se acentuar. Certamente, só podemos aprovar os esforços da Aliança pela união, mas enquanto ela rejeitar o princípio de autoridade na religião, ela se condena ao suplício de Sísifo e de Tântalo.

Além da obra citada do Dr. Thompson, ver os relatórios oficiais da Aliança: Minutes of London Conference, 1875; Proceedings of first general Council, Edinburgh, 1877, etc.; Schaff-Herzog, Encyclopedia, t. 1, p. 63-64.

A. TANQUEREY.