Afonso de Benavente



ALPHONSE DE BENAVENTE. Este nome foi usado por dois juristas espanhóis, pai e filho, que se sucederam como professores de direito canônico na Universidade de Salamanca, na segunda metade do século XV. Benavente é uma cidade da antiga província de Velha Castela, de onde sua família era originária.

O Pai: João-Afonso

O pai, João-Afonso, foi, por meio século, professor na Universidade de Salamanca, onde ensinou primeiramente retórica e filosofia, depois direito pontifical e as decretais. Ele era renomado como orador, mas foi sobretudo como canonista que adquiriu grande celebridade. Deixou numerosos testemunhos de sua atividade e de sua erudição. Segundo um escritor contemporâneo, ele compôs mais de sessenta obras. Lucius Marineus, De Hispaniae laudibus, l. VII, citado por Nic. Antonio, Bibliotheca hispana vetus, Madrid, 1788, t. II, p. 347.

O Filho: Afonso

O filho, Afonso, designado geralmente por este nome: o doutor de Benavente (doctor Beneventanus), sucedeu seu pai na cadeira de direito pontifical de Salamanca e alcançou quase uma igual reputação: «Ele ensina em nosso tempo, escreve Lucius Marineus (1504), com grande ciência e grande autoridade.» Loc. cit.

Mencionamos esses dois canonistas e os reunimos em um mesmo artigo porque somos devedores a ambos pela publicação de uma obra que pertence por seu objeto tanto à teologia quanto ao direito canônico. Esta obra, escrita pelo pai, e que permaneceu manuscrita após a morte deste, foi editada pelo filho em 1502: Tractatus de paenitentiis et actibus paenitentium et confessorum, cum forma absolutionum et canonibus paenitentialibus, Salamanca, 1502, in-4; nova edição, Burgos, 1506, in-4°. No início do livro, encontra-se um prefácio escrito pelo filho, no qual ele fornece alguns detalhes sobre a vida e as obras de seu pai.

Nic. Antonio, Bibliotheca hispana vetus, Madrid, 1788, t. II, p. 347; Hoefer, Nouvelle biographie universelle, Paris, 1852, t. II, p. 61.

A. BEUGNET.